Engaste

ricas aljubas uestidas | e encima sus albornozes (CCM)

ricas aljubas vestidas | e encima sus albornozes (MPF)

Uinhão d'esporas douradas | e uestidos d'alegria | e adargas embraçadas | a flor de la berberia | con gritos y altas bozes | uinhão a redeas tendidas | ricas aljubas uestidas | e encima sus albornozes. (CCM)

Vinham d'esporas douradas | e vestidos d'alegria | e co'adargas embraçadas | a flor de la Berberia. | Com gritos e altas vozes | vinham a rédeas tendidas, | ricas aljubas vestidas | e encima sus albornozes. (MPF)

  • Espanhol

Vasconcelos, Carolina Michaëlis de, “Estudos sobre o Romanceiro peninsular. Romances velhos em Portugal”, Cultura española, VIII, 1907, p. 1045.

O hemistíquio "a flor de la berberia" transcrito no campo de edição diplomática do contexto do engaste corresponde à interpolação de versos de outro romance (ver respetiva ficha).

Autoria
Manuel Pereira d'Océm
  • Atribuída
Desconhecido
Desconhecido
  • XVI

O editor oitocentista da composição quadro, Visconde de Juromenha, atribuiu a autoria do texto a Luís de Camões (Obras de Luiz de Camões precedidas de um ensaio biographico no qual se relatam alguns factos não conhecidos da sua vida augmentadas com algumas composições ineditas do poeta pelo Visconde de Juromenha, IV, Lisboa, Imprensa Nacional, 1863, pp. 154-159). Carolina M. de Vasconcelos contestou-a e a crítica mais recente também não a corrobora. Isabel de Almeida não considera que "Camões escrevesse cartas em verso, ou, melhor, composições que concebesse e desejasse catalogar como tal. O pormenor não é despiciendo, antes casa com o que parece ter sido uma deliberada distância do poeta relativamente a cultores do género" (Isabel de Almeida, "Cartas" in Vítor Manuel Aguiar e Silva (coord.), Dicionário de Luís de Camões, Alfragide, Caminho, 2011, p. 242).

Composição ou secção quadro

Trouas De Manoel Pereira de Sem estando em Arzla a hũ seu Amigo  estaua em Portugal em  lhe daua nouas de sy e da terra. (CCM)

Trovas de Manuel Pereira d'Océm, estando em Arzila, a um seu amigo qu'estava em Portugal, em que lhe dava novas de si e da terra (MPF)

Mandastesme pedir nouas (CCM)

Mandastes-me pedir novas (MPF)

Lírico
  • Português
  • Espanhol
Não
  • Paródica
Obra

CCM: Cancioneiro de Corte e de Magnates. MS. CXIV/2-2 da Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Évora, edição e notas por Arthur Lee-Francis Askins, Berkeley-Los Angeles, University of California Press, 1968, pp. 345-346.

MPF: Miscelânea Pereira de Foios, edição crítica, introdução e notas de José Miguel Martínez Torrejón, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2017, p. 121.

  • Lírico
  • Miscelânea
  • Português
  • Espanhol

1. Arthur Lee-Francis Askins edita o códice conservado na Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Évora, sob a cota "Cod. CXIV/2-2", "que encerra composições desde a segunda metade do século XV até a primeira década do XVII" (Askins, 1968: 8).

2. José Miguel Martínez Torrejón edita o testemunho manuscrito do poema contido no códice 8920 da Biblioteca Nacional de Lisboa (cartapácio manuscrito não autógrafo da segunda metade do século XVI).

3. As duas obras que contêm a composição quadro pertencem a géneros literários distintos. O Cancioneiro de Corte e de Magnates é formado por composições líricas, enquanto a Miscelânea Pereira de Foios inclui textos de outros géneros, muito embora predominem os poemas: "Em prosa existem cartas régias e de personagens das cortes de Lisboa e de Madrid, a par de outros textos nas três línguas [português, castelhano e latim] referidos aos dois reinos, a maior parte do reinado de D. Sebastião, com muitos documentos relativos à rainha D. Catarina e a Filipe II, assim como aos reinados anteriores, inclusive do século XV. Há também narrativas breves sobre factos pontuais da maior variedade: a batalha de Pavia, o massacre dos cristãos-novos de Lisboa, o milagre de Santarém, além de várias coleções de provérbios" (Torrejón, 2017: 12-13).

Romance(s) de origem

Este grupo e os respetivos campos surgem replicados quando o verso de procedência do engaste é partilhado por vários romances.

0340 - Por Guadalquivir arriba

ricas aljuuas vestidas | y encima sus albornozes

Por guadalqueuir arriba | caualgaça [sic] caminadores

 

Folhetos de cordel

Maldiciones de Salaya, hechas a vn criado suyo que se llamaua Misanco [sic], sobre vna capa que le hurtò. Con vn romance del Conde Fernan Gonçalez. Y otro del Cid (Pliegos poéticos góticos de la Biblioteca Nacional de Madrid, I, Madrid, Joyas Bibliográficas, 1957, n.º 12; Mercedes Fernández Valladares y Víctor Infantes, Pliegos cántabros del siglo XVI (poesía), Santander, Cuévano, 1985, pp. 137-144).

Siguense ocho Romances viejos. El primero es de la presa de Tunez que dize Estãdo en vna fiesta: en los baños de Cartago. El segundo que dize. Castellanos, y Leoneses. El tercero que dize. Por guadalqueuir arriba. El quarto. Salese Diego ordoñez. El quinto que dize. Por aquel postigo viejo, que nunca fuera cerrado. El sexto que dize. Parida estaua la Infanta. El septimo que dize. Ay Dios que buẽ cauallero, El maestro de Calatraua. El octauo que dize. En el mes era de Abril. Y al fin dos Villancicos de Juan del Enzina. Y dos canciones (José Manuel Blecua (ed.), Pliegos poéticos del s. XVI de la Biblioteca de Cataluña, 2 vols., Madrid, Joyas Bibliográficas, 1976, n.º 41).

  • Zona Intermédia
Não
Não