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Gil Vicente |
Basto se semea o nabo | quando florece o agrão | entam canta o tintilhão | e bate a alvela o rabo. | Ali Ali melzebateni | quando levardes a virgo | cantará o demo em grito: | de las más lindas que yo vi. |
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0281 - La bella malmaridada |
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Gil Vicente |
Februa Consuelo de mis entrañas, | alma de la vida mía, | pues que te sobra alegría | reparte con las montañas | desiertas, sin compañía. | Que este galán desposado, | de los más lindos que yo vi, | es planeta venerado | y te estuvo bien guardado | en el cielo para ti. |
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0281 - La bella malmaridada |
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Gil Vicente |
Mercúrio Oh renego de Turquia, | eu lhe dou meu coração | com tanta glória e alegria | que as aves lhe cantarão | continuada melodia. | Vénus Las aves a la desposada | sabes que se monta ahí? | Cantarle han por alvorada: | la bella mal maridada | mal gozo viste de ti. |
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0281 - La bella malmaridada |
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Gil Vicente |
Pai Assentai-vos a fiar, | Saulinho e eu a coser, | Lediça guise o jantar | como acabar de varrer | e a loiça de lavar. | Cantam pai e filho cosendo: | Ai Valença, guai Valença, | de fogo sejas queimada, | primeiro foste de moiros | que de cristianos tomada. | Alfaleme na cabeça, | en la mano una azagaya, | guai Valença, guai Valença, | cómo estás bien asentada, | antes que sejam três dias | de moiros serás cercada. | Pai E assi o foi. |
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0045 - El moro que reta a Valencia |
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Gil Vicente |
Pois que nam posso rezar | por me ver tam esquipado | por aqui por este arnado | quero um pouco passear | por espaçar meu cuidado. | E grosarei o romance | de Yo me estaba en Coimbra | pois Coimbra assi nos cimbra | que nam há quem preto alcance. | Grosa: Yo m'estaba en Coimbra | cidade bem assentada | polos campos de Mondego | nam vi palha nem cevada. | Quando aquilo vi mesquinho | entendi que era cilada | contra os cavalos da corte | e minha mula pelada. | Logo tive a mau sinal | tanta milhã apanhada | e a peso de dinheiro | ó mula desemparada. | Vi vir ao longo do rio | ũa batalha ordenada | nam de gentes mas de mus | com muita raia pisada | a carne está em Bretanha | e as couves em Biscaia. | Sam capelão dum fidalgo | que nam tem renda nem nada | quer ter muitos aparatos | e a casa anda esfaimada. | Toma ratinhos por pajens | anda já a cousa danada | quero-lhe pedir licença | pague-me minha soldada. |
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N/A- Yo m'estando en Coimbra |
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Gil Vicente |
Flérida. Vámonos daqui Artada | desta huerta sin consuelo | para nos. | De fuego seas quemada | y sea rayo del cielo | plega a Dios. |
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0045 - El moro que reta a Valencia |
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Gil Vicente |
[Cassandra] Otros a garzonear | por el lugar | pavonando tras garcetas | sin dexar blancas ni prietas | y reprietas | y la mujer sospirar. | Después en casa reñir | y groñir | y la triste allí cautiva | nunca la vida me viva | si tal cosa consentir. |
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0171 - Él reguñir, yo regañar |
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Gil Vicente |
Os braços trago cansados | de carpir estas queixadas | as orelhas engelhadas | de me ouvir tantos brados. | Quero-m'ir às taverneiras | taverneiros, medideiras | que me dem ũa canada | sobre meu rosto fiada | a pagar lá polas eiras. |
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0150 - Pérdida de don Beltrán |
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Gil Vicente |
Feiticeira E que cantigas cantais? | Ama A criancinha despida | Eu me sam dona Giralda | e também Val-me Lianor | e De pequena matais amor | e Em Paris está don’Alda. | Dime tú señora di | Vámonos dixo mi tío | e Levade-me por el río | e também Calbi orabi | e Levantei-me um dia | lunes de mañana | e Muliana Muliana | e Nam venhais alegria. | E outras muitas destas tais. | Feiticeira Deitai no berço a senhora | embalai e cantai ora | veremos como cantais. |
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0080 - Muerte ocultada |
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Jerónimo Baía |
Las Historias nos enseñan | Que esto de guardar palavra, | Ojos que lo vieron ir, | No lo verán más en Francia. |
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0042 - Durandarte envía su corazón a Belerma |
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João de Meneses |
¶ Nos senjelos e dobrados, | represas e contenenças | e mesuras, | ha passos dessemulados | que fazem mil diferenças | de vidas e de venturas. | Haa mudanças sem mudar | os olhos d’ũ soo lugar | como na regra mandais, | e erros em qu’acertais, | porque sam de perdoar. |
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0366 - Conde Claros preso |
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João Rodrigues de Sá e Meneses |
¶ Senhores, minha tençãao | nom era ao começar | de pedir este perdãao, | porque então | antes leixara d' errar. | Agora depois d' achar | em meus erros o que neles | nom podês dissimular, | nisto m' havês de salvar: | em serem propios aqueles | que sam pera perdonar. |
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0366 - Conde Claros preso |
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Jorge Ferreira de Vasconcelos |
Artur Fazei vós, senhor, o com que folgardes, que bem oucioso está o homem que quer que vão todos pela sua via, tendo cada um natureza própria e vontade livre. Eu, querendo Deos, irei à Índia, e no ponto que me achar em desposição de vuelta, vuelta los franceses vir-me-ei cá meter em ũa coorte antes que andar mais na corte, a qual é um touril para gente manceba, mas depois que vos o tempo amansa o siso é acolher com o fradel ao abrigado. |
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0568 - Fuga del rey Marsín |
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Jorge Ferreira de Vasconcelos |
Primeiramente haveis de fazer a entrada em ũa preparação comedida, um respeito obediente, ũa homenagem segura, ũa força sojeita e tudo se remate em comprimentos mais prolixos, e mais soltos que os de um castilhano. Exempro: «pois minha ventura quis, e tal assi, não foi mais em minha mão, cem mortes é pouco pera, etc.» Per maneira que tomada a rédea per estes termos, que são os elementos desta ciência mais incerta que Astrologia, podeis escaramuçar por las vegas de Granada, com todas vossas obrigações, a modo de petição, te chegar a poer o conto da lança em P. |
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0649 - El maestre, la reina y Barberín |
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Jorge Ferreira de Vasconcelos |
Artur Não cuida ele que vale pouco com sua madrinha Aulegrafia, que inda que menina e moça não dirá por si «nunca me em tal vi». Antes, como é de muitas mudas e lhe nasceram os dentes no paço, hétega de património, é ũa atalaia da fortuna com um epitáfio que diz: a las armas moriscote, si en ellas queréis entrar, armada em boas mostras e afábil asseo, combatida de servidores e trilhada em sabê-los rechaçar. Os pensamentos são de altenaria e a confiança de carregação. |
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0060 - A las armas, Moriscote |
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Jorge Ferreira de Vasconcelos |
[Cariófilo] Eu vi já cavaleirão dos da guarda, antigo como espada de lobo, contar por timbre de suas façanhas que tirara freira de mosteiro per chaminé. E haveis de pressupor que a gentil senhora viria mais ferrugenta que alvião achado em pardieiro, e ele cuidava que tirava covão de aljôfar. Mas isto, senhor meu, passou já com as soberbas dos balandraus, e todas essoutras antigualhas de Por aquel postigo viejo, Buen conde Fernam Gonçalvez. |
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0123 - El conde Fernán González llamado a Cortes |
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Jorge Ferreira de Vasconcelos |
[Cariófilo] I-vos a Castela e leixai Portugal aos castelhanos pois se lhe dá bem. Poreis tenda em Medina del Campo e ganhareis vosso pão piado em grosar romances velhos, que são aprazíves, e pôr-lh’-eis por títolo: Glosa famosa de un famoso y nuevo autor, sobre mal hobistes los franceses la caza de Roncesvalles. Mas hei-vos medo que ande já lá o trato danado como cá, onde vos logo acodem estes discretos escoimados, que não medram já chocarreiros. |
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0223 - Roncesvalles |
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Jorge Ferreira de Vasconcelos |
[Cariófilo] E mais dinheiro houve na casa dos Médices do que ela deve possuir, por mais que o vilão debuxe inda que o tem por rico. Lograr-m’-ei assi dela este Verão, na entrada do Inverno far-m’-ei na volta da corte, e entam olhos que o viram ir… |
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0042 - Durandarte envía su corazón a Belerma |
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Jorge Ferreira de Vasconcelos |
Régio Senhor, senhor, fazei pausa, porque vos leva a corrente de vossas premáticas ao pego de contemptus mundi, donde se sais como outros que vejo empegados nele não haverá fateixas de tiempo bueno nem arrepique de rei dom Sancho, rei dom Sancho, no digas que no te lo digo que vos tire a lume. |
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0330 - Rey don Sancho, rey don Sancho, no digas que no te aviso |
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Jorge Ferreira de Vasconcelos |
Artur Vós deveis ser perdido por damices, e querê-las-eis que sejam um chocalho ou pandeiro e eu vou noutra bolta Riberas del Doro arriba. Não quero molher que me passe pela casa nos bicos dos pés, com torcicolos e o corpo de engonços e mesuras requebradas, sem mais cuidado da casa, e, quando muito, de ouciosa, faz algũa hora desfiados. |
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0318 - Riberas de Duero arriba |